degeneração coluna

O início do processo de degeneração

Nos dias de hoje, e, especialmente nas cidades, o chão é plano e quase tudo está estruturado para que haja um fácil acesso (ao nível da cabeça ou ao nível da cintura). Por essa razão, os movimentos que realizamos com a coluna são quase exclusivamente de flexão (curvar para a frente) e extensão (para trás).

Os outros movimentos de torção e rotação só realizamos praticamente quando praticamos exercício físico, e só em determinados tipos de exercício.

Mas a coluna vertebral executa seis movimentos nos três planos básicos: flexão, extensão, rotação para a direita e para a esquerda e a inclinação lateral para a direita e para a esquerda.

Desgaste dos discos intervertebrais

Entre as vértebras, temos discos intervertebrais. Esses discos são formados por um material gelatinoso (núcleo) e por um anel fibroso que mantém o núcleo no seu interior.

Como os movimentos predominantes que executamos com a coluna são de flexão e extensão, aplicamos forças que movimentam o interior do disco para trás e para a frente, respectivamente. Como o núcleo do disco (material gelatinoso) é “empurrado” contra as fibras do anel que o delimitam, essas fibras vão sofrendo desgaste, ao longo do tempo.

degeneração coluna - disco

Podemos imaginar que esse anel fibroso é como uma cerca, que está constantemente a ser empurrada, até ao ponto da rede da cerca ficar laxa e, por fim, rebentar. Com as fibras do anel fibroso acontece o mesmo, fazendo com que o disco se torne mais achatado e mais largo, diminuindo assim o espaço entre a vértebra superior e a inferior ao mesmo.

Alterações na rede microfibrilar (núcleo dos discos intervertebrais)

Também o próprio núcleo é formado por uma rede de microfibras, onde estão as pequenas partículas que formam esse material gelatinoso. Com as pressões que o núcleo vai sofrendo ao longo do tempo, essas microfibras também se vão rompendo e mudando a estrutura do núcleo, alterando assim também a pressão exercida junto das fibras do anel envolvente.

Esse aumento da pressão sobre o anel fibroso ocorre geralmente na face posterior do disco que, por sua vez, é a única região do disco que é enervada por fibras nervosas sensitivas (nervos sinovertebrais de Luschka) que, quando estimuladas, podem gerar dor.

degenração da coluna - nervos sinovertebrais

Desidratação do disco

Com estas alterações na rede microfibrilar, que constitui o núcleo, altera-se a estrutura da malha que esta constitui. Estas alterações costumam ocorrer entre os 25 e os 45 anos, e caracterizam-se pela diminuição da capacidade de reter água intersticial. Nestes casos, o disco torna-se menos gelatinoso/viscoso, e com menos volume.

É a este fenómeno que se refere a desidratação do disco (“o disco está seco”, “o disco perdeu água”). Nestes casos, em vez do disco se apresentar gelatinoso, para absorver os impactos e tensões, torna-se numa estrutura fibrosa, não elástica, como que uma pastilha dura.

Hérnia discal, compressão nervosa e ciatalgia

Como o movimento predominante da coluna de uma pessoa sedentária é a flexão (inclinação para a frente), o núcleo do disco, agora rígido, fará cada vez mais pressão sobre o anel fibroso, na sua face posterior.

degenração coluna - compressão nervosa

A face posterior do disco está reforçada por um forte ligamento, o ligamento vertebral comum posterior, mas as faces laterais (postero-laterais) não estão protegidas pelo ligamento, tornando-se mais frágeis. É por aí que o material nuclear discal começa a deslocar-se, comprimindo a raiz nervosa.

Ao deslocamento do material nuclear discal para fora da sua localização normal dá-se o nome de hérnia discal.

Esta compressão origina os conhecidos sintomas da ciatalgia (ciática).

Alterações osteoarticulares

Com a degenerescência discal, da qual resulta uma diminuição do volume do núcleo polposo do disco (o disco reduz em altura), aparecem consequentemente alterações osteoarticulares.

Osteófitos ou bicos de papagaio

Os ligamentos vertebrais comuns posterior e anterior reforçam os discos intervertebrais. Quando os discos, por degeneração do núcleo, perdem volume, diminui a distância entre a vértebra superior e a vértebra inferior ao disco (o disco reduz em altura). Com isto, os ligamentos apresentam um aumento relativo do seu comprimento, ou seja, os ligamentos em vez de ficarem “esticados” ficam dobrados, fazendo uma prega, porque agora há como que tecido a mais.

degenração da coluna ligamento anterior e posterior

Com os movimentos, esses ligamentos, agora são esticados repentinamente (efeito ressalto do chicote). Imagine uma corda que está comprida de mais e que, de repente a estica. Os locais que seguram a corda vão sofrer uma tensão forte e repentina. Pois bem, os locais onde esses ligamentos se conectam também vão sentir essa tensão.

Com a continua repetição da mesma, geram-se uma espécie de “calos” a que se chamam osteófitos (vulgarmente conhecido por bicos de papagaio, pela sua aparência quando vista a imagem de raio x). Quando os osteófitos se formam na região posterior da coluna, pode originar-se uma compressão das raízes nervosas emergentes, tal como acontece no caso das hérnias discais.

degenração coluna - bicos papagaio - osteofitos

Estenose

Como na região posterior da coluna também está a medula (canal neural), pode ocorrer uma estenose (estreitamento) do canal neural/vertebral (tanto na coluna lombar como na coluna cervical). Também o ligamento amarelo (ligamenta flava) contribuem (por ficarem laxos, tal como os ligamentos vertebrais anteriormente referidos) para a estenose do canal vertebral.

degeneração coluna - estenose canal vertebral

Outro factor de estenose do canal vertebral é a degenerescência artrósica interapofisária articular posterior, ou seja, artroses na região posterior da coluna, causada pela diminuição do volume do disco (reduzido em altura), que leva a que a vértebra superior e a inferior se toquem na sua face posterior e ao tocarem-se geram artroses (por estar a “tocar osso com osso”) e osteófitos (bicos de papagaio). A esta patologia dá-se o nome de espondilartrose/espondilose.

No processo degenerativo da coluna é também comum ocorrer o desvio de um corpo vertebral em relação ao que se encontra por baixo (espondilolistese), tanto anteriormente - anterolistese - como posteriormente - retrolistese.

Sintomas

Os sintomas da degeneração da coluna dependerão das estruturas afectadas e do grau da lesão.

No caso das hérnias discais, os sintomas podem incluir dor, “formigueiro”, sensações de choque eléctrico, perda de força no membro superior/inferior, sensação de frio ou queimação ao longo da perna/braço.

Caso de trate de artroses e osteófitos, as dores, na maioria dos casos, assemelhar-se-ão a “moinhas”, podendo haver episódios agudos com muita dor e “guinadas”.

No caso da região lombar, a dor encontra-se localizada no fundo das costas, em barra horizontal, lateralizada em direcção à asa do sacro ou à nádega. Outras vezes podem surgir até mesmo as denominadas ciáticas, em que a dor irradia ao longo do membro inferior.

No caso da região cervical, podem surgir as denominadas braquialgias, em que a dor erradia ao longo do membro superior.

Na estenose do canal vertebral, os sintomas poderão ser rigidez lombar, dor lombar, que irradia para as nádegas e para face posterior das coxas, câimbras e sensação de cansaço nas pernas. Os sintomas despertam ou pioram com a marcha e a permanência em pé. Deve-se à irritação local das raízes e do saco dural (tubo que envolve a medula espinal). A dor é aliviada pelo repouso e pela posição flectida.

Tratamento

O ideal, é que a primeira abordagem seja com tratamentos conservadores, menos invasivos, deixando-se a abordagem cirúrgica para último plano.

Na Clínica José Fontes atendemos todos os dias pacientes que sofrem de problemas degenerativos da coluna vertebral.

A nossa abordagem engloba várias terapêuticas para, da forma mais eficiente possível, obter os resultados pretendidos:

  • Aliviar dos sintomas dolorosos,
  • Relaxar os músculos
  • Melhorar a circulação sanguínea local
  • Estimular a regeneração dos discos intervertebrais, para que se tornem mais elásticos e hidratados
  • Estimular os discos a voltarem à posição original (quando estes se movem)
  • Alinhar a coluna
  • Diminuir as restrições de movimento da coluna
  • Melhorar a saúde articular

Englobamos técnicas terapêuticas como a Acupunctura, a Osteopatia Chinesa, a nossa massagem terapêutica especializada, ventosaterapia, eletroestimulação, prescrição de suplementos à base de produtos naturais, exercícios para fazer em casa, entre outras. O tratamento é determinado consoante a patologia e o grau da mesma.

A consulta de Medicina Chinesa é a consulta recomendada para os casos de degeneração da coluna vertebral. 


Sobre o autor

Clínica José Fontes

Somos uma clínica de Medicina Chinesa e Cuidados de Saúde, localizada no Porto. Realizamos avaliações detalhadas e tratamentos de elevada qualidade.
Áreas de especialização: Dor, Problemas Emocionais, Saúde da Mulher.
Consultas: Medicina Chinesa, Acupuntura, Podologia, Medicina Anti-aging, Psicoterapia, Nutrição.

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